
A queda da Cerca que dividia a Amazônia Oriental da Amazônia Ocidental, em janeiro deste ano, levou milhares de pessoas às ruas, ao redor de todo o mundo, em comemoração ao fim de 28 anos de repressão sofrida pela população no lado oriental. Agora, quase dois meses depois, os primeiros reflexos da queda da cerca já podem ser observados. No final de fevereiro, a famosa rede de
fast-food McDonalds instalou uma franquia, na região do Rio Tapajós, empregando mais de 50 mundurukus.
“Mim gostar de Big Mac”, afirmou
Ajuricaba Nheengatu, chefe da tribo e agora gerente da lanchonete. E ainda em fevereiro, foi anunciada a construção de um shopping center, abrigando mais de 215 lojas, de diversos ramos, no município de Oiapoque, gerando mais de 800 vagas na região. O presidente das lojas Zara no Brasil, Juanito Verdugo, vê com bons olhos uma pareceria entre a loja e a mão-de-obra disponível na região. “Estudos realizados - por nossos especialistas – comprovam que a habilidade manual desenvolvida pelos garimpeiros mestiços, da região, é de grande utilidade para a colocação de zíperes em calças jeans”, comemora o empresário.
A abertura política também revelou ao mundo o lado sombrio da Amazônia Oriental. Enquanto alguns maitapus enterram o passado de opressão, sob gargalhadas, assistindo pela primeira vez, desde a abertura política, a episódios de Friends e Two and Half Men, os tupinambás, exigem junto ao Ministério da Justiça a abertura dos arquivos registrados durante o período do regime ditatorial. Segundo eles, esses documentos produzidos e armazenados pela Apoema (a organização de polícia secreta e inteligência da Amazônia Oriental), detalhariam quais ocas eram mantidas sob vigilância, durante a vigência da Cerca da Amazônia, e ainda revelaria o paradeiro do Caipora, que poucos meses antes fora preso tentando deixar a Amazônia Oriental.
Fotos da Cerca da Amazônia:
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