quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Organizadores comemoram sucesso dos 100 metros rasos filosóficos

Tendo em vista o êxito, em Porto Alegre, da Maratona Literária (prova na qual escritores gaúchos, de diferentes estilos, percorrem um trajeto de 10 km, partindo da Oficina de Criação Literária do Assis Brasil e tendo como linha de chegada a consagração no estúdio do Programa Radar, na TVE – a maratona já está em sua 5ª edição e visa arrecadar fundos para a Sociedade Gaúcha do Escritor Meão), um seleto grupo de intelectuais porto alegrenses, em parceria com a Sociedade Kant Brasileira e a iniciativa privada, organizou neste domingo, dia 13, a primeira edição dos 100 metros rasos filosóficos. Contando com a participação de corredores ilustres, como Sócrates e Jean-Paul Sartre, o evento foi um sucesso, segundo seus organizadores.
Partindo do departamento de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, rumo a lugar algum, filósofos existencialistas, estruturalistas, medievos e clássicos, perderam o fôlego na prova. O público, que apostava no êxito dos peripatéticos, saiu frustrado – Aristóteles e alguns discípulos atrapalharam-se com alguns silogismos, logo na largada, e sequer concluíram a corrida. O resultado da prova foi submetido à rigorosa exegese, depois que o campeão, Aldous Huxley, foi acusado de dopping e o segundo lugar, Louis Althusser, foi detido pela polícia, ainda no pódio, sob suspeita de assassinato (a Interpol acredita que Althusser é o responsável pela morte de sua esposa, encontrada há seis dias, no apartamento do casal, com um corte epistemológico na garganta). A grande surpresa da prova foi o alemão Ludwig Feuerbach: o autor de A essência do cristianismo, era apontado como o principal azarão da corrida, contudo Feuerbach, com o auxílio do jovem Hegel (que devido a uma indisposição gástrica não pode correr), chegou em terceiro lugar. Não obstante os 100 metros rasos filosóficos terem obtido recorde de público, algumas polêmicas cercaram a prova. O alemão Immanuel Kant (duas vezes campeão na Maratona de Amolação de Königsberg), logo após o fim da maratona, publicou uma dissertação na qual argumentava que sua vitória era garantida a priori, já o sofista Protágoras, declarou, em tom de brincadeira, que o resultado da prova era relativo.
Nossa redação esteve na cobertura do evento e conseguimos conversar com um dos participantes, o francês Merleau-Ponty, que no último momento desistiu da competição, alegando preferir “perder-se no emaranhado perceptual dos outros – competidores”. Outro conterrâneo de Merleau-Ponty, René Descartes, trocou algumas palavras com este hebdomadário e atribuiu sua derrota a suspeita de que talvez "toda a prova não passasse de uma armação de um Deus enganador" – ou de seus credores.
Os 100 metros rasos filosóficos tiveram o patrocínio do Bar Pangloss – o melhor dos bares possíveis, sua nova opção na noite porto alegrense.


Nenhum comentário:

Postar um comentário