“A
mitologia ameríndia está repleta de personagens proscritos por não se portarem
adequadamente à mesa”, assim o antropólogo francês, Claude Lévi-Strauss,
inicia seu manual de etiqueta, A origem
dos modos à mesa, lançado no Brasil pela editora Cosac Naify. Escrito de
forma leve e bem-humorada, no jargão estruturalista, o livro reúne uma série de
dúvidas, dos índios bororos, sobre bons modos à mesa.
Partindo do princípio
de que “Não é porque se vive seminu, no
meio do Mato Grosso, que se deve usar o garfo de salada na carne”,
Lévi-Strauss fornece valiosas dicas aos bororos que pretendem circular pelas mais
diversas ocas e sobreviver à saias-justas, sem cometer gafes, pois como afirma
no final do livro: “Quando o assunto é
etiqueta à mesa, significante e significado estão SEMPRE intimamente
relacionados”.
O livro representa um
novo passo na carreira do estruturalista francês que, anteriormente, enveredara
pelo caminho da culinária exótica, com O
Cru e o Cozido (na década de 60, Lévi-Strauss chegou a apresentar um
programa na televisão francesa, no qual ensinava receitas ameríndias típicas) e,
alguns anos mais tarde, do turismo, com seu Tristes
Trópicos – Guia turístico para estudantes de antropologia – até hoje seu
maior êxito editorial.
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